segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O que penso de Ministério de Louvor

Nos meus 15 anos, não existia "o ministério de louvor" como vemos hoje em dia. Graças a Deus pelos que hoje existem e de fato são. Mas em mil, novecentos e lá vai fumaça, em minha igreja havia sim um grupo de jovens apelidados por "baratas de igreja", chamados de "os colados nas barras da calça do pastor", prontos para ajudá-lo a qualquer momento. Éramos voluntários.
Não haviam regras do tipo ser aluno da escola dominical ou ter a frequência de 75% nos cultos, pois tínhamos o prazer de estarmos juntos. Juntos para tudo e para nada no sentido de estarmos ali porque simplesmente éramos amigos de Deus, do pastor e uns dos outros e gostávamos da mesma coisa: música. Então, pra que regras? E os ensaios? Não é piada, mas não havia quem ficasse de boca fechada no culto! Era lindo contemplar as pessoas cantando. As vozes cobriam o som dos instrumentos de forma que à distância podia-se ouvir as vozes cantando os louvores seguidos de brados de glórias a Deus e aleluia, portanto, não fazia diferença a gente ensaiar ou não. Não havia fichas de matrícula, nem se pagava mensalidades e muito menos carteirinha de membro de ministério de louvor. O ministério de louvor era a igreja toda! Podíamos convidar um amigo músico para tocar com a gente de vez em quando, e nosso pastor ficava tranquilo. Ele confiava na nossa palavra, pois sabia que fazíamos boas amizades. Não éramos profissionais, mas nossa música era "ouvível", rsrsrs. Tinha mais afinados do que desafinados, rsrsrsrs...E os que tocavam, seguiam a mesma harmonia e ritmo. Epa! Não era bagunça! Era do tipo "xacumdum", "arroz com feijão" , coisas do tipo, entende? O nosso melhor era bem recebido por todos e a nossa preocupação: sermos aceitos por Deus. Dava-mos o melhor de nosso tempo, o melhor de nosso desejo de aprender. Nosso pastor parecia uma criança numa piscina de doces no meio da gente de tanta alegria por estarmos ali. Esta foi a minha primeira escola de ministério de louvor, se assim posso dizer.
Agora o que penso de Ministério de Louvor. Algumas coisas mudaram e mudaram para pior. Como por exemplo, a exclusividade, a expontaneidade, a detenção do poder. Vamos lá.
Expontaneidade. Atenção, galera! Cuidado para não extinguir a liberdade de expressão no louvor e adoração ao Senhor. A alegria do Espírito precisa ocupar total espaço em nossos corações. Antigamente era muito comum brincar com a igreja usando put pourri, por exemplo: no púlpito começa cantando uma música e antes de terminar, uma pessoa no banco sugere o próximo, dando seguimento a outra música e assim sucessivamente. Todos podiam participar. Sempre tinha um pessoal que participava e a igreja acompanhava. Parece complicado, mas estávamos habituados de vez enquanto a esta forma de louvar. Muitos corinhos evangélicos possibilitavam a integração. Curtos e fáceis do visitante aprender. Hoje em dia seria um abalo na estética musical, pois como acabaria esta tentativa? Outra? Lá vai: Fica de pé! Agora pode sentar. Dê glóóóóóória, irmããããão! Abra a boca, povo! Pule! Pule se não Deus não vai se agradar de você!Dance, dance, criatura!Ora, dançe quem sentir vontade, concorda? Ninguém tem que ficar de pé o culto todo enquanto o ministério de louvor está atuando. Nem de pé , nem sentado , aplaudindo ou seja lá o que for. Espontaneidade. Esta palavra diz tudo, não acha? É legal quando a gente do altar é surpreendido com expressão de louvor dos irmãos, é maravilhoso mesmo.

Exclusividade. Em algumas igrejas, só quem é membro do "Ministério de Louvor" pode cantar num culto. E ministrar no culto o louvor? Nem pensar! A menos que neste dia o "Ministério de Louvor" esteja de folga, ausente ou em caso de não participar por que não deu... Aí, sim, o coitado do irmão pode até ajudar, mas nem pensar em se apresentar num domingo à noite... a frequência é maior. Ah! A irmãzinha pode ter oportunidade num culto no lar, porque lá o "Ministério de Louvor" também não vai e muito menos manda um representante que acompanhar com instrumentos ou vozes. Os que são remunerados não têm desculpas. Estes são obrigados faça chuva, faça sol a estarem nos eventos estipulados pela direção. Aí eu pergunto: Que ministério de louvor é esse???

Detenção do poder. Talvez você me pergunte: É de ministério de louvor mesmo que você está falando? Detenção do poder? Eu posso mudar o título para "visão egocêntrica" ou menos pesado "visão de galinha". Há investimentos em aparelhagem de som, instrumentos, estética musical, não que que eu seja contra, mas tudo isto sem um projeto para multiplicação de novas bandas, novos grupos musicais, orquestras, corais, surjam, me desculpe, mas é muita vontade de estar em evidencia, não acha? É fácil dizer esse pode e esse não pode. Quantos programas sociais podem ser desenvolvidos pela igreja em favor da comunidade através da música com o desempenho de um verdadeiro Ministério de Louvor!!! Não apenas jovens, mas todas as idades, a comunidade envolvida em apreciar música e participar eventos especiais! Despertar vocações, descobrir talentos e estimu-lá-los...Atenção, nem todos farão as mesmas obras, mas que todos nós possamos ter a sensibilidade e iniciativa de estimular os que esperam por uma oportunidade.

Finalizando, para os que desejam formar um grupo musical na sua igreja no intuito de servir a Deus através do louvor, então esteja consciente de que a coisa é muito mais séria do que se pensa. Entendendo que o ministério da palavra é útil para ensinar, repreender, corrigir, instruir em justiça, assim deve ser o ministério da música. A música em si é uma e arte encantadora capaz de mexer com todos os nossos sentidos. É uma forma de adoração e louvor. Podemos adorar a Deus de várias formas, mas a música é um forte instrumento na comunicação tanto com Deus quando a humanidade, portanto que possamos fazer com humildade, habilidade e total abnegação. Sou a favor de que músicos cristãos sejam contratados em tempo integral a fim de fazer com que sua igreja e comunidade cresça em saúde não só espiritual, mas física e social também.Que acima de tudo eles tenham certeza de que seu chamado é santo assim como o chamado pastoral. Quer dizer: Uma vida separada para Deus em exclusividade. Não apenas uma forma de ganhar dinheiro, o que também para uma atividade secular, não há nada de errado ganhar dinheiro com a música, mas como ministros de louvor, acho que é importante também o preparo espiritual. Certamente o que penso de ministério de louvor é apenas uma parte, mas fica aqui uma pequena conclusão de tudo que aprendi nesses anos de ministério: Aprendi que de nada adianta saber tudo ou ter uma opinião formada se tudo que se pensa e fala está apenas na teoria e palavras. Aprender sempre, servir é necessário.

Dê a sua opinião, faça perguntas a respeito deste assunto e na medida do possível responderei, tá bom? Abração e Deus te abençoe!

2 comentários:

  1. Olá pastora crisina, a paz, eu estou de pleno acordo com a sua colocação. na realidade as igreja, melhor dizendo os pastores, tem limitado o crescimento do aprendizado musical na igreja, escolhendo, fulanno e beltrano, que são proficionais. e com isso fica no escantei, muitas pessoas que poderia fazer algumas coisa, e não tem oportunidades, bom se agente for falar ficaremos muito tempo debatendo nesse assunto.mas... estou plenamente de acordo com vc minha querida. grande beijo fica na paz, e continua com este ponto de vista... brilhante

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  2. Em primeiro lugar mais uma vez, obrigada! Valeu mesmo. Bem o meu interesse é abrir espaço para que através da troca de idéias, possamos ajudar uns aos outros porque na verdade, coitado daquele que age como se fosse um sabe tudo. Grande abraço e fica na paz, pastor!

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